Uma das maiores preocupações do produtor rural nesse início do ano com certeza é relativo ao clima e a grande maioria deve estar se perguntando, como fica o clima para 2025? Para responder a essa e a outras perguntas, conversamos com o meteorologista Professor da Universidade de Rio Verde, Doutor Gilmar de Oliveira Santos.
O professor comenta que a tendência para 2025 é de uma condição melhor do que nos últimos anos onde o fenômeno El Niño foi de forte intensidade, reduzindo as chuvas e provocando altas temperaturas. As projeções para este ano são de uma tendência de neutralidade ou uma La Niña, ambas condições trarão temperaturas dentro do normal e volumes de chuvas mais regulares.
Sobre o clima para a colheita, o doutor em meteorologia explica que os meses de janeiro, fevereiro e março são os mais chuvosos do ano na região, com média de 250 milímetros/mês, influenciando na colheita, uma vez que o grão úmido retarda a colheita, sendo prejudicial para o produtor. “Nós temos que lembrar, que de um modo geral estamos em um período entre neutralidade e querendo caminhar para um La niña ainda não confirmado e isso pode fazer com que nós tenhamos aqueles famosos veranicos. Existe a possibilidade de termos pelo menos uma semana de veranico em janeiro, uma semana em fevereiro e isso poderá auxiliar para o produtor fazer a colheita nesses momentos. Por isso, acompanhar a previsão do tempo é muito importante para poder definir esse momento ideal”.
Vale reforçar que esses não serão momentos isolados, vai ser possível realizar a colheita em outros períodos pois as chuvas nesse período geralmente acontecem no final da tarde e início da noite. “Nós estamos no verão, com temperaturas chegando aos 28, 29 graus que favorecem a redução da umidade, criando uma condição boa para a colheita durante a manhã. Mas então será um desafio fazer essa colheita? Sim, a agricultura nos coloca vários desafios, mas será possível driblar essa condição e com certeza teremos um recorde de produção aqui na nossa região”, reforça o professor Doutor Gilmar de Oliveira Santos.
Nesse sentido, o produtor rural precisa tomar alguns cuidados e sempre acompanhar a previsão do tempo para saber o momento ideal da colheita e também se anteceder com a segunda safra, para definir qual será a cultura ideal. “Aquele produtor que conseguir fazer a semeadura ainda agora no mês de janeiro, com certeza ele poderá fazer a semeadura da cultura do milho de forma bem tranquila, pois haverá condições meteorológicas favoráveis para o bom desenvolvimento da cultura. Agora aquele produtor que plantou uma soja mais tardia, precisa avaliar corretamente o que será cultivado na segunda safra pois, dependendo da região que ele estiver, é importante, às vezes, optar por uma cultura de segunda, que necessite de uma menor demanda hídrica. Mas, de modo geral, o que a previsão do tempo sinaliza atualmente para nós é uma condição favorável, ou seja, teremos uma boa safra de soja e uma boa safra de milho”.
Uma dica de grande relevância é o produtor rural optar por ter uma estação meteorológica na propriedade rural para o monitoramento da região. “É importante ter uma estação meteorológica na propriedade para que o produtor possa conhecer de fato a realidade climatológica da região. Nos dias atuais o produtor rural está sempre em função do clima, nesse sentido, entender o que acontece na região é um ponto positivo. É claro que a estação meteorológica vai além disso, com ela, é possível obter as condições ideais para uma pulverização por exemplo e também é capaz de gerar a previsão do tempo para os próximos 15 dias, um grande benefício para o produtor quando estamos pensando na tomada de decisão correta”, conclui.
