Nos últimos anos tem-se falado muito em planejamento sucessório. Mas afinal, o que isso significa?
O planejamento sucessório é um instrumento de grande importância para evitar conflitos entre herdeiros pois ele é um utensílio jurídico que permite a adoção de uma estratégia voltada para a transferência eficaz e eficiente do patrimônio de uma pessoa após a sua morte. Ele serve também como uma forma de reduzir custos que incidem sobre a herança, como tributos ou gastos com inventário e é capaz de evitar disputas por bens entre os familiares.
O consultor Heráclito Noé explica que um planejamento bem elaborado é capaz de transformar o futuro do patrimônio, garantindo continuidade do negócio e o principal, harmonia familiar. “Muitos produtores rurais deixam para pensar ou buscar soluções de planejamento sucessório apenas quando a crise aparece ou então com a perda de algum familiar, quando na verdade ele deve ser feito com antecedência, buscando ferramentas que possam auxiliar o produtor rural a preservar e proteger o patrimônio da família e o legado do negócio”.
No Brasil, muitos negócios rurais são familiares e a falta de um plano sucessório pode levar a conflitos familiares, perda de eficiência e até mesmo à fragmentação do patrimônio. Noé explica que existem inúmeras ferramentas para proteção do patrimônio e também para a transmissão mais segura e econômica para os herdeiros. “Existem várias técnicas para se definir cada parte do negócio, como será feita a sucessão através dos herdeiros, ou em outros formatos, quem vai tocar determinada atividade. Por exemplo, quem será o responsável pela exploração da atividade rural, pela lavoura, pecuária, quem vai estra a frente da condução dos negócios no futuro, todas essas regras serão trazidas dentro do planejamento sucessório”.
O consultor relata que existem algumas etapas que podem ser seguidas para iniciar o processo:
1 – Análise e diagnóstico: avaliação do patrimônio e definição dos objetivos do planejamento sucessório;
2 – Estratégias e planejamento: definição das melhores estratégias;
3 – Implementação e acompanhamento
Ele reforça também que os maiores desafios para esta implementação estão na comunicação e diálogo, planejamento personalizado e aspectos legais e regulatórios. “Cada família possui regras e diferenciais na hora de planejar a sucessão”.
O planejamento da sucessão não é apenas uma medida preventiva, mas uma ferramenta estratégica crucial para preservar todo o trabalho executado durante uma vida. “O planejamento sucessório não precisa ser complicado, ele precisa ser bem executado e organizado, para que a família possa proteger o patrimônio e o legado construído com tanto suor”.