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O FUTURO DA CADEIA LEITEIRA

Depois de um ano de 2023 bastante desafiador para o setor, em 2024 foi possível reequilibrar as finanças, principalmente com o preço do leite em níveis elevados e custos de produção estáveis, é o que explica o presidente da Cooperativa de Leite de Rio Verde, Pró-Leite, Nivaldo Gonçalves de Oliveira.

 

O Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, mas os desafios são enormes. De acordo Oliveira, o maior gargalo da atividade é com relação a importação de leite, que leva a uma desigualdade frente ao brasileiro, causando queda nos preços pagos aos pecuaristas e desestimulando a produção. “A nossa maior dificuldade tem sido com relação a importação do leite pois este leite entra no país com um valor bem menor que o nosso custo de produção e isso faz com que as margens de negociação sejam dificultadas. Esse produto chega aqui com esse diferencial por causa da origem dele, pois o nosso leite acaba passando por impostos, legislações, dificuldades com transporte e logística, o conhecido custo Brasil”, explica. Além disso, um dos grandes obstáculos está relacionado com a volatilidade nos preços e a falta de previsibilidade.

 

Os custos de produção são outro entrave e os produtores de leite estão sempre de olho no mercado, a fim de evitar maiores prejuízos. Oliveira explica que de maio para cá a atividade conseguiu atingir uma recuperação, ocasionando uma situação mais saudável do que nos últimos anos. “Acredito que agora tenhamos condições de pensar em investimentos, melhores condições de trabalho, ampliar produção e sermos mais competitivos”.

 

A cadeia produtiva do leite no Brasil está sempre passando por grandes transformações e as projeções para 2025 apesar de serem boas, enfrentarão alguns desafios. “Nós, como produtores, temos as melhores perspectivas para o próximo ano, mas sabemos que iremos passar por alguns desafios, estamos agora entrando em novas gestões públicas, iremos enfrentar as alterações da reforma tributária, e todas essas mudanças poderão gerar consequências que poderão apertar as margens do produtor de leite”.

 

Gonçalves reforça que é importante o produtor se manter antenado. “Dentro da nossa cooperativa foi um ano que consideramos como um divisor de águas, pois conseguimos fazer com que 100% do nosso leite fosse vendido mediante contrato com o atrelamento ao índice, e isso nos fez não ficarmos solto no mercado, coisa que o restante do país não conseguiu realizar”.