Um assunto que sempre ronda a cabeça dos produtores rurais chama-se custos. Fechar as contas e tentar diminuir os custos de produção da safra, sem perder a produção e a produtividade da lavoura é de extrema importância, por este motivo, agir estrategicamente e sempre de olho no mercado, é uma alternativa para que ocorra tudo como previsto na safra.
O produtor rural está prestes a iniciar o plantio da safra 2024/2025 e se a mesma for bem planejada e executada, fará uma grande diferença nos resultados financeiros, por isso, estar no olho no custo da soja é um quesito que fará toda a diferença, uma vez que de nada adianta ter uma boa produtividade se os custos ficarem fora de controle.
O consultor de Gestão Financeira e Governança Randolfo Oliveira, afirma que é preciso, cuidadosamente, trilhar dois caminhos, o primeiro seria os custos dos operacionais efetivos e custo operacional total.
Para se ter custos menores efetivamente a dica é: comprar à vista e conhecer o valor total deles. “Caso o produtor rural tenha capital de giro para adquirir os insumos ou tenha crédito nos bancos para pegar um custeio, o pagamento deles à vista seria uma oportunidade de comprar com preços bem menores, já que os descontos para as compras à vista estão sendo bem maiores que os juros dos custeios, o produtor precisa também entender o custo total dos insumos, assim ele poderá fazer uma proteção no valor de venda do saco de soja em uma quantidade que pelo menos seja equivalente ao custo total dos insumos”, explica Randolfo Oliveira.
Outra dica valiosa é para aquele produtor que não realizou barter (troca de insumo/produto), nesse caso as sugestões seriam travar o preço na trading que irá entregar os grãos ou um hedge na bolsa de valores. “No caso da bolsa, a vantagem é que não tem a entrega física dos grãos, o que pode ser interessante, já que com estas incertezas climáticas que estamos tendo ultimamente, não temos garantia da produtividade e produção final. E ainda falando de hedge na bolsa, temos duas alternativas que o produtor pode escolher: Contrato futuro, entrando vendido, ou seja, apostando numa queda do preço da soja. A vantagem aqui é que não se tem custo nesta operação. A desvantagem é o depósito de garantia de aproximadamente 10% do valor do contrato e a opção dois Contrato de opções, fazendo uma operação de put, novamente apostando em uma queda do preço da soja. A vantagem aqui é que se a soja subir, o produtor participa desta alta. A desvantagem é o custo da operação, que varia de 3 a 5% do valor do contrato”.
Em se tratando dos custos operacionais, é preciso calcular os juros totais anuais em reais (R$) que o custeio e os financiamentos estão provocando, transformando os valores em sacos de soja por hectare e analisando o impacto final dos custos e também analisar os custos com arrendamento. “Verificar se realmente a produtividade média em uma certa área arrendada é pelo menos 10 sacos soja/há maior que a soma de todos os custos, incluindo o de arrendamento. Se não for, inicie já uma negociação com o arrendante para redução do valor”.
Em tempos onde as incertezas rondam o setor, se proteger contra a volatilidade dos preços no mercado, se torna uma escolha inteligente em termos de gestão financeira na agricultura.
