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COMO O CLIMA IMPACTARÁ A SAFRA 2024/2025

As mudanças climáticas têm afetado drasticamente o setor agrícola, que vê com preocupação e cautela a chegada da safra verão. O país está saindo nesse momento de um episódio de El Niño de forte intensidade, que afetou a safra 2023/2024 e segundo os meteorologistas, espera-se agora a chegada da La Niña de intensidade leve ou moderada para a safra 2024/2025, mas nada confirmado ainda, uma vez que para que essa previsão se concretize, é preciso uma sequência de meses.

Mas afinal, o que é a La Niña?

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia e Estatística, a lá Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul. Ela tem uma longa trajetória de influência no clima.

O climatologista, professor da Universidade de Rio Verde Dr. Gilmar Oliveira Santos, explica que a região está passando por uma situação bastante complicada pois o período agora é o de transição entre os fenômenos, por este motivo, estamos presenciando um cenário atmosférico incerto. “Nós estamos vivendo um momento de mudanças climáticas. Elas já estão batendo a nossa porta e nós não estamos querendo enxergar isso, as mudanças meteorológicas são, nada mais, nada menos, do que extremos meteorológicos e as principais consequências das mudanças climáticas, são os extremos pelas quais temos observado”. O Doutor comenta ainda que este ano de 2024 já é considerado o de maior sequência de dias sem chuva da história da região. “Este monitoramento meteorológico é realizado desde 1972 pelo Instituto Nacional de Meteorologia em parceria com a Universidade de Rio Verde, e o município de Rio Verde ultrapassou mais de 160 dias sem chuvas, o recorde foi registrado em 2008, quando a cidade ficou sem chuvas por 153 dias”.

O climatologista ressalta que atualmente a região não é afetada diretamente pelos fenômenos climáticos, mas sim, por algumas influências dos extremos. “De maneira direta, a nossa região não é afetada de forma significativa pelos fenômenos El Niño e La Niña, e sim pelos efeitos meteorológicos que vêm da região norte -nordeste, pelo corredor de umidade, e pela frente -fria que vem do sul”.