O agronegócio sempre foi muito dependente do crédito agrícola e ele é um fator de extrema importância para toda a cadeira produtiva. A expansão do agro brasileiro necessita da política de crédito rural e desde a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) em 1965, o setor conseguiu se modernizar. A aquisição de maquinários, implementos agrícolas, insumos e demais elementos necessários para a subsistência do agronegócio, com juros subsidiados pelo Governo Federal, foram o marco para a obtenção dos melhores resultados no campo.
Mas, apesar dos avanços e das mudanças importantes para ampliar o acesso ao crédito para o agronegócio nacional, o produtor rural continua passando pelo estresse da falta de crédito.
De acordo com o consultor de Gestão Financeira e Governança Randolfo Augusto de Oliveira, o momento agora é crítico no setor, principalmente no que diz respeito a situação financeira do produtor rural, com resultados de caixa negativos e dificuldades na captação de créditos, imprescindível para a manutenção e crescimento dos negócios. “A alta alavancagem, principalmente com aberturas de áreas e compra de equipamentos, de grande parte dos produtores nos anos agrícolas 20/21 e 21/22, quando as margens de lucro foram bem atrativas e acima da média histórica da categoria, e a posterior queda do preço dos grãos nos anos seguintes provocou um endividamento grande e fora de controle para a maioria dos produtores. A consequência deste endividamento crítico foi a alta inadimplência dos produtores junto às instituições financeiras e revendas de insumos, levando inclusive algumas a solicitar recuperação judicial”.
Isso tudo gerou no mercado financeiro, que já estava com o crédito rural reduzido, um novo sistema para a liberação de recursos aos produtores rurais, reduzindo as quantias liberadas e aumentando as garantias exigidas.
Para evitar problemas como esse é que o produtor rural precisa discutir e implementar dentro das propriedades rurais a governança, uma influência positiva na captação do crédito rural e a virada de chave para o negócio. “O produtor que implementou este programa na fazenda, tornando-a uma empresa profissional, com definição clara das regras, papeis e responsabilidades de cada um e visibilidade das informações financeiras, está saindo mais forte desta crise e tendo prioridade na obtenção de crédito junto aos bancos e revendas”, comenta Oliveira.
O consultor reforça que quem ainda não trabalha com a governança dentro da propriedade, ainda está em tempo. “Iniciar um programa de governança e de gestão financeira é muito importante, o investimento é muito baixo comparado aos benefícios que se tem posteriormente. Só um detalhe importante: procure empresas especializadas nestes assuntos, que realmente conheçam das ferramentas destes programas e dos detalhes do negócio do agro, para que no final, você possa ter resultados positivos e passe a ter um olhar diferente sobre a empresa rural”, conclui o consultor de Gestão Financeira e Governança Randolfo Augusto de Oliveira.
